Confira a super matéria com Luis De Leon, Diretor Técnico da FuelTech USA, para a revista Drag Illustrated, uma das maiores revistas com informações sobre a arrancada americana.
Confira a super matéria com Luis De Leon, Diretor Técnico da FuelTech USA, para a revista Drag Illustrated, uma das maiores revistas com informações sobre a arrancada americana.
Luis Fernando Backes de Leon da FuelTech continua avançando com dinamômetros tipo hub e desenvolvimento de sistemas de injeção eletrônica para competição.
Luis De Leon tomou um caminho pouco convencional para tornar-se um rosto familiar nos pits como Diretor Técnico da FuelTech USA. Brasileiro nativo, utilizou as oportunidades e sua expertise em tudo relacionado a mecânica para tornar-se parte da empresa líder em manufatura de sistemas de gerenciamento eletrônico para motores de alta performance.
A empresa tem renome internacional, com recordes nas categorias Sportsman, Pro Drag, corridas em circuito, off-road, Rally, motociclismo e aplicações marítimas. A família de injeções FT conta com uma interface integrada que elimina a necessidade de um computador para o operador.
Recentemente a filial norte americana da FuelTech, que fica no estado da Georgia , chamou a atenção com seu dinamômetro de hub com capacidade de aferir máquinas acima dos 3000 cavalos de potência. De Leon falou com a Drag Illustrated sobre a ascensão de sua carreira e para oferecer um olhar nos bastidores da FuelTech.
Fale um pouco sobre seu histórico. Como foi crescer no Brasil e chegar na sua posição atual na FuelTech USA?
Sempre fui apaixonado por veículos, desde criança. Quando fiz 18 anos, cursava administração e interrompi o curso para prestar serviço militar por 4 anos. Lá descobri que havia uma vaga para Engenheiro Automotivo em minha cidade natal. Na época eu já tinha usado os primeiros produtos da FuelTech, 16-17 anos atrás, e então acabei conhecendo o Anderson Dick [fundador da FuelTech]. Um ano após minha saída do exército eu estava trabalhando na Delphi quando o Anderson me ofereceu emprego na FuelTech. Comecei como trainee e cresci dentro da empresa. Hoje sou um dos parceiros aqui na divisão USA. Me mudei do Brasil para os Estados Unidos 5 anos atrás, trouxe minha esposa, meu primeiro filho nasceu aqui e hoje esperamos uma menina.
Quando você estava crescendo na empresa, na FuelTech, como encontrou sua especialidade?
É uma empresa de componentes eletrônicos, com o produto principal sendo gerenciamento de injeção eletrônica, então a maioria dos engenheiros da empresa vinham das áreas da elétrica ou computação. Fui um dos primeiros com formação na área da mecânica. Eu não participo de competições mas adoro pilotar, circuito, arrancada, o que seja. Hoje “corro” com veículos estacionários no dinamômetro.
Vimos os vídeos incríveis do dinamômetro de hub. Fale mais sobre isto.
Nós literalmente temos uma sala que é como uma pista de arrancada. Ela demanda a mesma atenção, conhecimento e dedicação de um piloto de corridas, sem sair do lugar. São os mesmos procedimentos, a mesma potência despejada, só não há o movimento, a força G. Há de se compreender que algumas coisas aconteçam de maneira estranha. Não há tire shake mas pode-se ter driveline shake, uma linha de combustível pode se soltar e é preciso saber quando desligar sem uma marca, como na pista. Tem desafios diferentes envolvidos mas ainda
é pilotar e é um privilégio fazer parte disto.
Não esperávamos que isto fosse funcionar tão bem como funciona hoje. Temos a capacidade de atender melhor nossos clientes. Ao mesmo tempo isto é algo que qualquer um que gosta de carros de corrida tem vontade de participar. Temos recebido feedback de equipes que dizem se divertir mais fazendo 15 puxadas no dinamômetro em dois dias do que na pista, pois não há outros fatores de influência como clima ou preparação dos pneus. É mais fácil de fazer manutenção e mais seguro. Se o carro e a equipe estão capacitados, é possível fazer puxadas com 30 minutos entre elas, com o mesmo desafio de obter potência com durabilidade do motor sem o desafio de lidar com os pneus. Para o chefe de equipe é melhor fazer isto aqui do que na pista. Obviamente, para o piloto, não. É possível desenvolver um novo carro ou combinação de maneira mais rápida e fácil aqui e ver os resultados na pista na primeira passada. Quando o Alex Laughlin estava testando seu primeiro carro no-prep o time nunca tinha trabalhado neste formato e estavam sorrindo como crianças. É algo muito excitante para todos os envolvidos.
Como a FuelTech detectou essa necessidade e surgiu com o conceito de dinamômetro de hub?
Nós estávamos precisando de um dinamômetro a algum tempo, mas não tem como usar um dinamômetro convencional em um Pro Mod. Eu não acredito que alguém tenha testado 3000cv em um dinamômetro de rolo, geralmente as medições vão até 2000 cv e algo acontece aos pneus. Tínhamos isto em mente e, em uma ocasião, descobrimos do dinamômetro de hub e trabalhamos com a Mainline na Austrália. Adquirimos uma unidade e trouxemos o responsável da empresa junto para encontrar uma maneira 100% nova de utilizar o produto. Para nossa sorte, a ProLine Racing fica do outro lado da rua. Chamou a atenção deles a oportunidade de usar nosso equipamento ao invés de rebocar veículos durante horas até algum autódromo próximo.
As pessoas começaram a perceber o quão boa é a ferramenta e como é fácil de operar. A operação começa no transbrake, suporta as trocas de marcha e se pode manipular a potência, através de controle de tração passivo, exatamente como faria na pista. Todas estas coisas são úteis para qualquer tipo de veículo de competição, a ferramenta permite ajustar o carro inteiro e não apenas o motor.
Que tipo de emoção e prazer estão envolvidos em estar na vanguarda da tecnologia de corrida?
Nos esforçamos pelo melhor. Ao fazer isto, entendemos que temos de ser os melhores no quanto trabalhamos e no quão eficiente é nosso trabalho. Isto se aplica tanto nos Estados Unidos onde temos 20 funcionários quanto no Brasil onde há quase 100. Estamos todos envolvidos com carros de alguma forma, sejam carros para exposição ou algum tipo de competição - Pikes Peak, arrancada, corridas em circuito, motocicletas. Todos estão envolvidos com a mesma paixão.