“Um dos maiores desafios das mulheres é conseguir o equilíbrio entre ter filhos, cuidar da família e conseguir crescer dentro de uma empresa. Hoje, nos EUA, 24% das mulheres ocupam cargos de liderança e 8% ocupam o cargo máximo, de CEO. No Brasil, apenas 3% das mulheres ocupam cargos de liderança, enquanto só uma em cada 10 ocupa o cargo máximo de CEO.
Vejo que isso pesa muito para as mulheres, sobretudo após a maternidade: é preciso cuidar da família, dos filhos, mas também querer crescer profissionalmente, ter um cargo maior, ganhar um bom salário, se destacar no mercado de trabalho. Mas muitas vezes, principalmente depois que somos mães, ficamos com essa dúvida e não conseguimos dar 100% nos dois aspectos. Vejo muitas mulheres abrindo mão de cargos altos para poder cuidar da família.
Apesar de todos os desafios que a pandemia trouxe, a representação das mulheres em cargos de liderança nos EUA aumentou em todos os níveis. No momento atual, vejo muitas mulheres crescendo como lideranças mais fortes nas empresas. Penso que tal força tenha vindo pelo desafio de se ajustar à uma nova realidade com a chegada da pandemia. Eu, como Coordenadora de Marketing da FuelTech USA e mãe de dois filhos, tive que me reestruturar completamente para dar conta do trabalho e das tarefas de casa.
Assim como eu, outras mulheres precisaram enfrentar os desafios de estar em casa, muitas vezes com filhos e precisaram trocar fraldas, participar de reunião, apresentar resultados no final do mês, ser proativo, se renovar profissionalmente... Diante desse desafio, eu e muitas mulheres passamos a exigir muito mais da gente, tanto na parte pessoal quanto profissional. Precisamos redobrar nossa organização diária para dar conta de tudo e isso trouxe uma força que, às vezes, nem sabíamos que estava dentro da gente, mas sempre esteve ali. Vejo muitas mulheres cuja força aflorou depois do início da pandemia.
A FuelTech é uma empresa sensacional que já percebeu o quanto as mulheres conseguem contribuir, em áreas como o clima organizacional e uma postura motivacional mais forte. As mulheres são mais generosas, elas gostam de estimular, de motivar, de inspirar quem está ao redor. As mulheres contribuem para revolucionar a gestão das empresas, trazendo novas ideias, uma nova realidade, mais flexível, com mais inovação, engajamento e representatividade, o que é muito positivo. O protagonismo feminino hoje é muito importante, também para incentivar as próximas gerações de líderes.
Ah: não posso deixar de enaltecer meu marido, mas não só ele, mas toda a rede de apoio que as mulheres precisam para conseguir dar esse passo à frente e ocupar cargos melhores. O Luís [De Leon, diretor-técnico da FuelTech USA] é uma pessoa que me ajuda muito. Se tenho algo para fazer, ele sempre diz que me apoia, me ajuda, é um exemplo de pai e marido. É importante para que as mulheres não fiquem sobrecarregadas com as tarefas de casa, dos filhos. No fim, todos saem ganhando”.