Você já deve ter ouvido falar em alguma rede social que foguete, tal como as motocicletas, não possuem marcha ré, correto? Pois em Araraquara (SP), um aficcionado pelo mundo da performance resolveu levar esse ditado bem a sério: é Cléber José Pitella, instalador de injeções eletrônicas programáveis, que resolveu caprichar ao montar seu próprio projeto.

O brinquedo de Pitella é uma Hayabusa turbo, que dá sequência a uma longa história dele com a FuelTech - que foi, em suas próprias palavras, extremamente necessária para o êxito de seu mais novo projeto. Venha conosco e confira o que esse simpático professor e estudante de matemática aprontou na garagem da própria casa.


Da matemática ao Ômega

Aos 36 anos, Pitella tem nos veículos de duas e quatro rodas uma paixão. Ele é professor de eletroeletrônica da escola técnica Senai em sua cidade, formado em pedagogia e cursa licenciatura plena em matemática e engenharia elétrica. Nas horas vagas, faz o que define como um hobby: instalações de injeções eletrônicas, das quais “99% são FuelTech”, conta.

Seu primeiro contato com nossos produtos foi em um GM Ômega que possui até hoje. “Era uma RacePRO-1Fi, com FirePRO, FuelTech Peak and Hold, FuelTech SparkPRO-1, instalei com seis bobinas… foi ali que comecei a entender um pouco sobre o que era a FuelTech e seus benefícios”, relembra.

Na hora de montar um projeto para usufruto próprio, Cléber resolveu apostar nas motos - ele também possui motocicletas Honda dos modelos CG e Fan para o dia a dia. Sua escolha, porém, foi por algo bem mais ousado.

 

Tudo feito na garagem

Há cerca de um ano, Pitella encontrou a moto que procurava: uma Suzuki GSX1300R, a mítica Hayabusa. Diferente do que faz com os projetos dos clientes, onde se concentra na parte elétrica, aqui ele resolveu colocar a mão na massa no que fosse preciso. No mesmo ambiente de sempre: a própria garagem, que serve como área de lazer de sua casa.

Na Hayabusa, Pitella desmontou o motor, verificou as bronzinas, aneis, folgas e o que mais fosse necessário. Para apimentar o desempenho, adicionou uma turbina para até 360 cv e decidiu utilizar o E85 (com 85% de etanol e 15% de gasolina) como combustível. “Minha moto usa cilindrada original, mas é taxada. Com essa configuração e 0,6/bar de pressão de turbo, consegui extrair 260 cv de potência 22 kgfm de torque”, relata.

O aumento da cavalaria exigiu algumas adaptações não previstas. “Não queria alongar a balança nem furar a carenagem, mas a moto original já empinava em primeira e segunda marcha. Moro numa região de muita poeira em função das usinas de álcool, por isso necessitei um filtro mais robusto para a turbina e sacrificar uma parte da carenagem”, relata.

Potência não é nada sem controle (de tração)

Para sua Hayabusa, Pitella optou por gerenciamento eletrônico comandado por uma FuelTech FT550, além de uma FuelTech WB-O2 NANO. O módulo foi o responsável, “literalmente”, em suas palavras, por transferir a potência para as rodas. “Não tenho pneus adequados na moto, então o controle de tração, ligado diretamente ao controle de ponto e booster eletrônico, foi o responsável por colocar jogar a potência para o chão”, frisa.

Pitella é claro ao afirmar que sua Hayabusa é voltada ao uso nas ruas - o popular rolê -, sem intenção alguma de colocá-la em circuitos, provas de arrancada ou afins, o que torna o papel da ECU e suas funções ainda mais importante. “Quando desligo o controle de tração por brincadeira, para acelerar, só consigo acelerar em linha reta, jamais em curva”, depõe.

Ele ainda frisa a importância dos sensores de monitoramento do módulo FuelTech. “Quem tem carro ou moto modificados sabe que os valores de pressão e temperatura do motor são muito importantes. Uso o sensor de pressão FuelTech PS-10B para verificar a pressão de óleo. Se mesmo com o controle ativo acontecer de escapar uma mangueira ou coisa assim, a ECU desliga o motor. Todas as funções, em conjunto, nos ajudam”, enfatiza.

Moto irmã para o irmão (e com nitro!)

A Hayabusa de Pitella utiliza injeção e ignição sequenciais e sensores de roda fônica e de fase originais, todos ligados à ECU FuelTech. “Isso deixou a moto muito ‘lisa’, com a marcha lenta, a dirigibilidade e a ciclística perfeitas”, pontua.

Como se não bastasse, Pitella fez todo o trabalho em uma outra Hayabusa, destinada a seu irmão, cuja finalização aguarda a recuperação dele de um problema de saúde. As motos se diferem somente na cor (branca e preta) e no uso de um kit nitro no lugar do turbo na unidade do irmão. “Na Hayabusa preta, creio que teremos o mesmo efeito em tudo quando montarmos, com progressão de nitro e controle de tração comandados pela ECU”, destaca.

A paixão de Cléber Pitella e o que ele fez com sua Hayabusa e a do irmão demonstram: da matemática à geografia, a paixão pela velocidade está em todos nós. E as possibilidades de como e com qual finalidade montar um projeto divertido são tantas que nem a álgebra pode explicar.

As duas Hayas usam injeção e ignição sequenciais, sensores de rodafônica e fase originais da moto ligados na FT. “deixou a moto muito lisa. lenta, dirigibilidade e ciclística perfeitas”

“Na Haya Preta, nitro, creio que teremos o mesmo efeito quando montarmos, com progressão de nitro e controle de tração”