FuelTech no Armageddon: veja como foi a prova em que toda largada é mata-mata!

novembro 25, 2020

Uma corrida 100% eliminatória, sem tratamento de pista, com 128 carros e em que quase ninguém sabe os tempos dos carros: esse é o Armageddon, disputado neste ano em Campo Grande (MS) e com show dos carros com FuelTech na pista.

A fase eliminatória, também conhecida como mata-mata, é o grande momento de qualquer prova de arrancada no planeta. É a fase da competição que define os vencedores e onde a tolerância ao erro é zero. Nessa altura da corrida, quem cruzar a linha que determina o fim da pista à frente segue para a próxima fase. Quem passar atrás precisa voltar para casa. O que gera um estado de tensão total entre todos os envolvidos até que se conheça um campeão.

Mas… você já imaginou uma corrida com mais de uma centena de carros em que TODAS as largadas são de mata-mata?

Pois ela existe. Chama-se Armageddon e chegou neste ano em sua quarta edição, disputada no último dia 21 de novembro no autódromo de Campo Grande (MS). Foram 128 carros oriundos de 22 listas de oito estados do Brasil, que disputam suas provas locais separadas conforme suas áreas de DDD, ao melhor estilo consagrado pelo programa Corridas Proibidas. E que, no Armageddon, se juntam para definir quem é o melhor entre todos.


O foco é a pista

Diferente de muitas provas, em especial no Brasil, no Armageddon não há preocupação com os recordes. Sequer há preocupação com os tempos que os carros viram: não há placares e apenas os administradores de cada lista recebem um relatório com os tempos, mas que se restringe somente aos carros de suas listas. Tudo para garantir que o foco será totalmente voltado à disputa em pista e a quem ganha o pega da vez.

A competição também se caracteriza por ser disputada ao estilo No Prep. Ou seja, propositalmente em pistas sem preparação com o uso de composto de tração (também chamado de VHT no Brasil), um estilo muito popular nos EUA - e que também encontra paralelo no que os fãs de todo o planeta assistem em Street Outlaws na TV. Como se não bastasse, a corrida possui premiação generosa: nada menos do R$ 30 mil, dos quais R$ 25 mil somente para o vencedor.


Diversidade pura

No Armageddon, o chaveamento inicial dos duelos é definido um dia antes da prova por sorteio. Para conquistar o título, é preciso passar por sete largadas contra qualquer tipo de carro, em outra diferença fundamental da prova sobre outros segmentos da arrancada: ela ocorre sem categorias, o que proporciona uma incrível mistura entre carros e receitas de preparação diferentes, além de estimular a criatividade dos preparadores. 

Em que outro tipo de competição você se lembra de ter visto Ômega CD, Santana 4x4 ou Dodge Polara com motor V8 nitro? Pois no Armageddon eles estão presentes e convivem com uma série de outros carros, entre os quais uma legião de Gols com tração integral, receita que virou a preferida entre boa parte dos pilotos e preparadores para buscar tracionar em pistas em que tal dificuldade é redobrada pela ausência de tratamento.

Para você ter uma ideia, as oitavas de final tiveram quatro Gols 4x4, dois Gols de tração dianteira, quatro Chevettes, dois Opalas (um com motor V8), um Camaro e um Audi TT-RS. Só uma das largadas, entre dois Chevettes, foram entre modelos iguais e com configurações similares. E nesse grupo, com 16 carros, 15 estavam equipados com produtos FuelTech. 

Duelos insanos

O chaveamento feito a partir de sorteio faz com que duelos acirrados aconteçam ainda antes da grande decisão. Nas quartas de final, por exemplo, o Chevette Godzilla de Cadu Moreira ficou frente a frente com o Opala V8 Nitro de Josimar Hudema, campeão da segunda edição da prova. Melhor para Cadu, apenas em sua segunda prova com o carro, que já havia batido o Camaro V8 blower da lenda curitibana Helder Gandolfo na fase anterior e mandou também o conterrâneo da Lista Área 43 para casa.

Dentre os pilotos da anfitriã Área 67, o melhor representante foi o Audi de Rodrigo Prando, o Coxinha, que já havíamos visto recentemente quando acompanhamos a Meia Milha da Fullpower, em Santos (SP). Ele eliminou os Gols de José Leonel (um aspirado que corria na classe Standard e foi turbinado para competir nas listas) e Juninho Play (de tração integral) nas oitavas e quartas, respectivamente, mas não resistiu ao Godzilla nas semifinais. Restou a Prando e seu Audi o terceiro lugar, que lhe valeu R$ 1 mil, diante de outro Gol 4x4, de Leandro Castanho, o Chiquinho, piloto de Sorocaba (SP) que representou a Lista Área 15 e a equipe Nunes Preparações.

A grande final trouxe um duelo direto de dois representantes da área que compete no autódromo de Londrina (PR): o Godzilla contra o Gol 4x4 de Cleisson Ribeirete, o Chavinsky, campeão da terceira edição. E mais uma vez o Armageddon teve um vencedor inédito: o Godzilla se deu melhor sobre Chavinsky e venceu, o que deu a Cadu Moreira, organizador da lista daquela região, a vitória em sua primeira participação na prova também como piloto. Foi a primeira vitória de um Chevette na prova e a terceira, de forma consecutiva, da Área 43 no evento.


FuelTech em tudo e todos

Além da lista de origem, os dois finalistas possuem outro ponto em comum: o gerenciamento eletrônico de seus carros comandado pela FuelTech FT600. O Chevette AP 2.0 com oito válvulas de bloco alto de Moreira teve montagem e tuning feitos pela equipe Teruo Motorsport, do preparador André Teruo. Já o Gol de Chavinsky, que tem tração Quattro da Audi, utilizava motor AP com oito válvulas em 2019 e adotou o 16 válvulas esse ano. O carro fica aos cuidados da Dragster Motorsport, do preparador Adriano Prado. 

Responsável por fechar o pódio, o Audi TT-RS de cinco cilindros de Coxinha Prando também utiliza FT600. Neste caso, a solução encontrada pela equipe Qualicar, do preparador Albert Bernardes, foi colocar a ECU em trabalho conjunto com a original do carro. Nossas injeções também estiveram presentes em outras dezenas de carros com configurações distintas, como o já citado Opala de Josimar Hudema, em que a FT600 controla um motor V8 big block de 572 polegadas com nitro.

A FuelTech esteve presente no evento com suporte técnico e comercial. E a variedade de carros na prova e com nossos produtos foi o que mais chamou a atenção da equipe. O coordenador do suporte técnico da FuelTech, Maurício Stumpf, citou como exemplo nesta situação o caso do chamado Gol Coveiro, um dos grandes nomes da prova e que chegou até as quartas de final, equipado com uma FuelTech FT350 (um modelo anterior à atual linha Power FT), acrescido de FuelTech BoostController2 e FuelTech GearController

Stumpf também mencionou o caso do Camaro de Helder Gandolfo, um V8 blower que usa injeção mecânica - de longe a mais comum e de fácil aplicação nesta configuração em todo o mundo - e que, ainda assim, está equipado com nossos produtos: o bólido dispõe de Datalogger Pro24, quatro sensores de pressão FuelTech PS-10B e oito condicionadores EGT FuelTech ETM-1.  Ah, já que tocamos no assunto, vamos contar para você um segredo a respeito: nas próximas semanas, o modelo da equipe PowerTech, que compete pela Lista Área 41, receberá um upgrade, com dois condicionadores FuelTech EGT 4-CAN e uma ECU - isso mesmo - FuelTech FT550

Afinal, o mundo das listas e do Armageddon não para - e a gente se identifica muito com isso. Talvez por isso tenhamos gostado tanto da experiência e já estejamos ansiosos pelos próximos.

Imagens: Autodynamics