É um sonho de 10 entre 10 fãs de arrancada assistir a uma corrida nos EUA. O país é referência na modalidade, sobretudo com sua principal liga, a NHRA. As pistas, os carros, a organização, tudo funciona de forma impecável - e enche os olhos e ouvidos de admiradores de todo o planeta.

Há no Brasil, porém, uma ótima maneira de saciar essa vontade. Basta ir ao São Paulo International Dragway, ou apenas SPID, localizado em Itatiba (SP) e que passou a receber provas neste ano. Uma pista de padrão americano, construída sob as normas da NHRA, com procedimentos inspirados na NHRA e até carros que competem na NHRA!

Venha conosco e confira como foi o SPID Fest, festival de arrancada realizado de 24 a 27 de novembro e que encerrou a primeira temporada de competições na pista. Uma prova no Brasil que mais parecia uma corrida americana.

Uma prova com Chevelle, Camaro e Corvette - juntos!

Em meio aos 150 carros que aceleraram por quatro dias na pista do interior paulista, não poderiam faltar exemplares dos brasileiríssimos Gol, Chevette e Opala. Quem deu o tom da prova, no entanto, foram os carros americanos: eram modelos de ícones como Camaro, Corvette, Nova e Challenger que enchiam os olhos dos apaixonados nas arquibancadas.

A grande disputa entre os carros mais badalados se deu em uma categoria importada dos EUA: a Pro Mod. O grid reuniu cinco feras com máquinas de gerenciamento eletrônico comandado pela FuelTech FT600: Cacá Daud (Cobalt C20XE turbo), Diego Busato (Camaro V8 biturbo), Roderjan Busato (Camaro), Jader Krolow (Corvette) e Sidnei “Grandão” Frigo (Chevelle), todos com motores V8 supercharger.

Na pista, quem se deu melhor foi Grandão, idealizador do complexo e que há mais de uma década acelera na arrancada dos EUA. O paulista trouxe o Chevelle com que competia na classe Pro Mod da NHRA especialmente para a prova e não decepcionou. A máquina de mais de 4.000cv, que deverá ser pilotada em breve por seu filho, Lucas Frigo, é equipada, além da FuelTech FT600, com FuelTech WB-O2 Nano e FuelTech FTSPARK.

Potência plena em duas rodas

O SPID Fest ainda teve show nas duas rodas com a categoria convidada Drag Bike. Dentro da pista, quem brilhou foi Murilo Gomes e sua Suzuki GSX1300R Hayabusa turbo, equipada com FuelTech FT600 e FuelTech WB-O2 Nano. O piloto, famoso também por sua atuação nas redes sociais, virou 5s396 em sua melhor passagem.

O recorde só foi possível graças ao acerto preciso feito por sua equipe na ECU da moto. “Na largada do recorde, a moto quis empinar em quarta marcha, mas a função anti-wheelie da FuelTech FT600 reduziu o ponto de ignição entre 5 e 10 graus naquele momento, de modo que o piloto pudesse terminar aquela largada em aceleração plena”, destaca o especialista do suporte técnico da FuelTech, Ronaldo Dutra.

A função é uma das mais importantes, em especial para as motos, das ECUs FuelTech FT600 e FuelTech FT550. “Essas ECUs possuem acelerômetro com sensor de inclinação, tanto lateral quanto frontal”, explica Ronaldo. “A função anti-wheelie pode ser acionada por um sensor de altura, a laser ou ultrassônico, colocado na parte frontal do veículo, que mede a distância para o chão e, conforme o veículo subir, definir estágio de corte ou retardo de ponto de ignição”, continua.

Outra possibilidade é controlar a empinada por meio do próprio acelerômetro e sensor de inclinação da ECU. “É possível fazer, na ECU, uma tabela de retardo de ignição conforme a inclinação e o tempo. Se o piloto desejar, pode deixar a moto empinar no início da largada e tornar essa tabela mais justa nos segundos finais, para evitar que a moto empine com plena potência”, frisa.

Ferrari x Mazda: Quem se deu melhor?

O SPID Fest serviu de palco da segunda aparição no Brasil da Ferrari F355 turbo do fundador e CEO da FuelTech, Anderson Dick. Além de fazer a festa do público, o carro italiano teve um desafio especial: um pega contra o Mazda RX-7 com motor rotativo de Dick, recentemente restaurado pelo ByDeni Studio.

O pega das máquinas foi gravado para posterior exibição na TV, no programa Autoesporte. Então, não vamos dar spoilers: é preciso ficar ligado. Na telinha e no que o SPID reservará aos fãs da arrancada nos próximos anos. Não é sempre que podemos ter um pedacinho daquilo que ocorre na Meca da modalidade no planeta tão perto dos nossos lares.