julho 13, 2020
Revisões periódicas e manutenção em dia são das coisas mais elementares para qualquer um que tenha ou dirija um carro. É preciso verificar o nível do óleo, trocar os filtros, manter os pneus calibrados, etc.
Mas... quais são os cuidados especiais de manutenção se o seu carro tiver 3.500 cv, como o Camaro do brasileiro Sidnei “Grandão” Frigo (confira um bate-papo com ele aqui), que compete na divisão Pro Mod da NHRA, maior campeonato de arrancada do planeta (saiba mais detalhes neste vídeo)? É o que vamos saber com Cacá Daud, também piloto e que chefiou o time de Grandão por três anos nos EUA. Confira alguns destaques:
Saiba mais: |
Entre cada largada, há um procedimento padrão. Os mecânicos retiram a carenagem frontal e as portas do carro para facilitar a manutenção e o acesso ao motor. O chassi planejado para a extração rápida destas partes. Uma das primeiras providências é o uso de ventiladores externos para refrigerar o propulsor, que não possui água para seu arrefecimento.
Este procedimento também acontece entre cada largada: uma mangueira é conectada no câmbio e leva seu óleo a uma peça externa, que faz seu resfriamento e o devolve através de outra mangueira. O câmbio volta à temperatura normal e fica pronto para uma nova largada dentro de cerca de 20 minutos.
O tempo entre cada puxada é restrito: nas fases eliminatórias (o mata-mata), o tempo regulamentar entre as largadas é de 35 minutos. Se for preciso uma troca mais drástica, como de motor, ela precisa ser feita dentro deste período.
Entre cada largada, o tunner, responsável pela programação da ECU (o gerenciamento eletrônico, no carro de Grandão, é todo feito pela FuelTech FT600), analisa os dados da largada e compara com o que ele programou. “Quando o tunner coloca um programa no carro, a gente sabe quanto o carro deve fazer naquela puxada”, conta Daud. “Por exemplo: coloquei um programa para fazer 5s88. O carro virou 5s88? Sim, virou. Então estou no ponto exato”, ilustra.
As peças do motor ProLine HEMI V8 do Camaro são trocadas periodicamente de forma programada. As bielas, por exemplo, são substituídas a cada 25 largadas. Itens como pinos, pistões e virabrequim também são trocadas a cada número específico de puxadas.
“Esse motor pode gerar até 5.000 cv, mas por conta da limitação do tamanho de turbina e pressão de turbo na NHRA, ele anda com 3.200 cv, 3.500 cv, bem menos do que precisa, então é raro dar problema”, conta o ex-recordista mundial (assista o vídeo e veja o log usado na largada que chegou a valer o recorde mundial em carros de quatro cilindros).
Se há algo com vida útil limitada no motor do Pro Mod, são as velas: elas são trocadas após cada largada. “Além da análise de dados no computador, que a gente faz para saber se a mistura e o ponto estão certos, o que nunca mente é a vela”, destaca Daud. “A cor da vela é uma prova do que os dados estão mostrando”, continua.
Trocar o óleo não é uma preocupação de quem trabalha numa equipe da NHRA: o óleo colocado no motor permanece o mesmo durante todo o fim de semana de prova.
Já os pneus são removidos somente se há necessidade de alguma alteração na suspensão traseira, mas com uma peculiaridade. “Um pneu nunca é zero. É sempre colocado um jogo que já foi usado em treino e tem quatro ou cinco puxadas”, conta Cacá Daud.
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