Os eventos de resistência para carros de rua preparados e usados em competições de arrancada estão em plena ascensão nos EUA. A competição que mais cresce é a Rocky Mountain Race Week (ou Semana das Corridas nas Montanhas Rochosas, já que ocorre na região de uma das maiores e mais belas cordilheiras das Américas).
A prova é similar à famosa Drag Week, em que os pilotos correm diariamente em pistas em cidades diferentes e precisam dirigir os carros que aceleraram de um local para outro. A Race Week passa ao longo de uma semana por cinco pistas: Bandimere, Kearney, Great Bend e Pueblo, até voltar à praça de abertura, em Bandimere. O deslocamento entre as cidades é exaustivo: ao longo da semana, os pilotos acumulam cerca de 3,2 mil km em viagens entre os locais de cada pista.
Na Race Week deste ano, na última semana de junho, a FuelTech faturou a vitória numa das principais categorias, a Pro Street. A vitória coube ao americano Tom McGilton, com seu Camaro ZL1 2013, com a média horária mais rápida da prova. O Camaro de McGilton eleva o termo Pro Street a um novo patamar, com provas em que os carros (lembrem-se, que precisam ser dirigidos pelas estradas americanas de uma pista a outra) viram na casa de 7s em 402m e beiram os 320 km/h de velocidade final.
Não é o carro mais rápido que já andou pela categoria, mas atinge números impressionante, mesmo com uma construção muito mais voltada para as ruas do que para as pistas. A vitória na Race Week o qualifica ainda mais como um legítimo Pro Street, conceito criado nos EUA nos anos 80 para designar carros de altíssima performance, que se inspiravam nos Pro Stock da NHRA, mas ainda eram legalizados e podiam andar nas ruas.
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Chega a 320 km/h, mas tem ar-condicionado
A Larson Race Cars, do piloto e construtor Larry Larson, famoso no Brasil por sua Chevrolet SS10 usada neste mesmo tipo de competição, é a empresa responsável pela construção do veículo, iniciada em 2014 a partir de um Camaro ZL1 2013 totalmente novo.
As ordens do proprietário a Larson foram muito claras: era preciso manter itens de conforto, como o ar-condicionado. Já a gaiola de proteção deveria exercer sua função sem ocupar muito espaço, para que os passageiros do Camaro pudessem desfrutar de seu espaço interno – em passeios pela estrada ou em provas de 402m.
No Camaro, o eixo traseiro e diferencial foram substituídos por modelos de competição. Na dianteira, Larson extraiu a carenagem original e construiu um novo cofre para abrigar o gigantesco motor Chevy Big Block, com 540 pol³, capaz de entregar 3.000 cv. O conjunto possui ainda gaiola de proteção homologada pela NHRA, para garantir a segurança de um carro capaz de andar em 402m casa dos 6s.
O projeto possui bloco de alumínio da CFE, com virabrequim Callies em billet, bielas Oliver também em billet e pistões Diamond personalizados. Larson também optou pelo cabeçote de alumínio CFE, modelo BMF 405, com coletor de admissão dimensionado para uso em alta performance.
A durabilidade de válvulas, molas e pratos de válvulas é fundamental numa prova de resistência para carros de rua usados na arrancada. E McGilton, o dono do carro, levou isso muito a sério: ele procurou nada menos do que a Pro Line Racing, em busca de comando de válvulas específico para seu Camaro, com levantadores e balancins Jesel.
O motor recebeu sobrealimentação por meio de um par de turbinas Precision para Pro Mod, com 88 mm cada. Um enorme sistema de watercooler foi montado para resfriar o conjunto, dotado ainda de bomba de combustível mecânica Aeromotive, que faz a gasolina de alta octanagem usada pelo Camaro chegar ao motor.
Missão: gerenciar 3.000 cv num carro de rua
Os seguidores da FuelTech USA nas redes sociais lembrarão deste carro nos testes em dinamômetro na sede da unidade americana da empresa. O Camaro chegou aos 3.000 cv com relativa facilidade. O gerenciamento eletrônico é comandado pela FuelTech FT600, escolhida por razões como a necessidade de controle total de tanta potência num carro de rua e a capacidade de operar grande quantidade de sistemas.
A integração de vários sistemas de performance úteis para o carro, como BoostController e GearController, também tornou a escolha pela FT600 atrativa ao projeto. Mas estes não são os únicos atrativos das ECUs da linha Power FT, que também incluem injeção e ignição sequenciais, malha fechada de combustível, datalogger, controle de atraso de largada e controle de óxido nitroso (o famoso Nitro).
O Camaro também recebeu uma FuelTech FTSPARK para garantir que o ar impulsionado e grandes volumes de combustível se misturem na câmara de combustão sem nenhum problema. A FTSPARK possui 600mJ (miliJoules) de energia e é comprovadamente confiável em carros com mais de 5.000 cv.
Assim que a pandemia da Covid-19 permitir o retorno das competições, aguarde e veja mais carros equipados com produtos FuelTech derrubando recordes e vencendo provas – dentro e fora das pistas.